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Jovens e evangélicos

A relação da igreja com os jovens da comunidade.

Na nossa primeira parte do Especial, mostraremos a relação da igreja evangélica com a comunidade jovem. O que a igreja tem a oferecer aqueles que estão na fase mais movimentada da vida. As missões, dificuldades, preconceito. Qual o papel social da igreja evangélica para com os jovens da comunidade? Para saber, visitamos a Igreja Adventista da Promessa, em Pedra Branca, e conversamos com jovens de idades parecidas para debater esses assuntos. Leia abaixo.

Jovens da Igreja Adventista da promessa de Pedra Branca

Trajes completamente formais. Semblante sério. Nada disso! Fomos recebidos dentro da igreja por jovens bastante animados, como quaisquer outros. E, de cara, essa característica me chamou atenção. Quem disse que crente não se diverte? O entrosamento entre eles era nítido. E essa relação é muito bem explicada.


A relação da igreja com os jovens e vice versa

Liberdade. Se você imagina que o jovem evangélico leva uma vida somente de restrições. Sinto lhe informar, mas você está enganado. Para estes jovens, mesmo sendo adeptos de uma religião, levar a vida como quaisquer outros é algo comum. Brincam, cantam, dançam e se divertem. Mas ao mesmo tempo, buscam compromisso com Deus. Entretanto, a diversão deles exclui tudo aquilo que vá de encontro ao conhecimento que adquirem na igreja.

Infelizmente nos enxergam como sendo pessoas que não vivem. Que são fanáticas. Mas fazemos justamente o contrário. Vivemos muito bem. Explicam. Eles afirmam que há uma relação de confiança entre os jovens e a igreja, e que por isso não há tantas proibições.


E para eles, o que a igreja oferece?


Conhecimento. Esses jovens viram na igreja inúmeras oportunidades que talvez não encontrassem tão facilmente fora dela. Buscam o estudo bíblico, mas ao mesmo tempo desenvolvem outras habilidades. Na música, no teatro, na dança. Também explicam que na igreja encontraram uma forma de socialização. As amizades construídas por lá ajudaram a formar um elo ainda mais forte na fé que professam.

Estes jovens também receberam a missão de evangelizar. E fizeram isso à sua maneira. Imprimiram uma nova forma de aproximar à igreja da comunidade. Lembra das habilidades? Eles usaram isso a seu favor. Hoje buscam formas menos formais de cumprirem a missão. Evangelizam através da música, da dança ou do teatro. Para eles, essa é uma forma de chegar às pessoas sem assustar. Mas avisam, nunca desviam do que é para ser passado, a palavra.

Disciplina e muita leitura. Eles se divertem, realizam missões evangelizadoras, mas também seguem uma rotina de bastante disciplina. Aos sábados, o compromisso é com a escola bíblica onde fazem o estudo da palavra. É nessa parte que está o incentivo à leitura. Os jovens precisam conhecer bem a bíblia. Além disso, a igreja dispõe de uma biblioteca com livros de temática religiosa, mas também possui obras de cunho educativo. O resultado? Nos cultos, muitas vezes vão ao púlpito pregar aquilo que aprenderam. É regra!


Há um papel social?


Paula Rodrigues nasceu e cresceu dentro da igreja. Hoje é ela quem dirige a UMAP, União da Mocidade Adventista da Promessa, um grupo voltado para os jovens da igreja. A esse grupo confere a missão de evangelização. Quando citei que eles cumprem a tarefa a sua maneira, me referia a ações pouco tradicionais.

Imagine que você está andando pela rua, ou sentado na praça. Em poucos instantes, jovens aparecem aos montes, começam a dançar, a encenar. Você fica sem entender. Depois eles vão de grupo em grupo e distribuem mensagens cristãs. As pessoas ficam surpresas e sorriem. É essa a reação.


Isso que propus imaginar, na verdade trata-se do “Impacto Evangelístico”. Esse impacto acontece exatamente da maneira que descrevi acima. Paula explica que as pessoas se sentiam pouco confortáveis quando convidadas a visitar a igreja. Por esse motivo, o grupo cria formas mais dinâmicas de aproximação e de pregar a palavra. E eles acreditam que as pessoas entendem bem o recado.


As pessoas nos veem nas ruas e se sentem mais a vontade para nos visitar. Às vezes, chegam com problemas pessoais e aqui encontram a saída. Mas temos o cuidado de anotar o contato dessas pessoas, e logo que elas nos visitam, procuramos entrar em contato e convidar para que voltem quando quiserem. Acho que assim as pessoas vão se sentir mais acolhidas e sem nenhuma pressão. Ressalta Paula.


Cassiele, a mais nova integrante.

Essa forma mais descontraída de levar a palavra, para eles tem se mostrado relevante.

No grupo presente, Cassiele era a mais nova integrante, chegou a pouco mais de um ano. A jovem era amiga de dois membros da igreja, a Flavia e a Tamara. Aproximou-se da igreja justamente através desses eventos voltados para os jovens. Conta que tinha desejo em participar das danças junto com as meninas. Logo que chegou, era tímida. Mas rapidamente se adaptou.


Camilla está na igreja há mais tempo. Ela conta que chegou também acanhada, não tinha interesse em fazer parte das apresentações. Mas foi por pouco tempo. Logo, logo se viu ao lado dos demais jovens. E aconteceu o inesperado. Camilla conta que sua mãe passou a acompanhá-la na igreja, especialmente nos dias em que tinha algum evento especial. Mas o que era só orgulho de mãe vendo a filha dançar, tornou-se vontade de estar ali mais vezes. A mãe, Andrea, já está na igreja há pelo menos seis anos.

Camilla, também integrante da igreja.


Inclusão. É dessa maneira que os jovens definem o papel da igreja evangélica com os jovens do bairro, ou que pelo menos deveria ser. Eles não enxergam as pessoas como pior, ou melhor, que eles. Definem-se como empáticos. Que tentam ver o outro como igual e trazem para si, sem distinção. Eles sabem que nem todas as igrejas são assim. Mas atribuem aos maus à responsabilidade. E deixam o recado: parem de generalizar!

Eles têm razão em fazer o pedido. Pois eu estive lá e pude perceber. Para eles, parece não importar a cor, condição social ou outras diferenças. Todos são filhos do mesmo Deus.


Colaboração de Paula Rodrigues


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